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Inovação, Polvo Paul e Um Guru !!!



Quero contar uma estória sobre inovação:


Inovação agora é trendy. Inovação social, ambiental, incremental, disruptiva, radical. Inovação de produto, de serviço, de marketing, de processos, aberta, inovação aberta.

“Innovate or Die” é o novo mantra que grita em nossos ouvidos dia e noite.


E se tem mantra, tem quase uma religião em volta. E se tem religião, tem guru.


E gurus dos mais diversos têm mapas dos mais diversos para chegar à mesma iluminação, ops, inovação.


E, evidentemente como todo guru que se preza, ele não tem responsabilidade pelos resultados. Afinal de contas, mostrar o caminho é uma coisa. Percorrê-lo até o final e alcançar a iluminação é bem outra. E é mais sua responsabilidade e de sua empresa que responsabilidade do guru. Se você não chegou é porque não entendeu direito.


Com o guru identificado. Mapa em mãos. Vem as apresentações em powerpoint perfeito do inédito mapa da inovação para alcançar o nirvana inovativo. Muitas sessões de comunicação e as empresas e sua equipes comparecem, atentas, engajadas.


Um “mea culpa” sincero nasce:

- Como não inovamos??? Néscios, beócios, massa ignara.


- Vamos nos redimir seguindo o novo mapa da inovação.


- Ave guru !!!


*Um alerta aqui: todo bom guru de inovação tem o dom de fazer regredir nossas capacidades cognitivas a nível do polvo Paul, aquele da Copa de 2010 – alguém ainda lembra dele?


Então depois da sessão, do mea culpa e da cognição de polvo, esquecemos tudo o que sabemos e tudo o que experimentamos. E viva o novo mapa! Partiu Inovação!!



Entretanto, como “más sabe el diablo por viejo que por diablo”, fico com uma ideia me azucrinando:


O guru não explicou que o sucesso não é garantido só por ter o mapa. Ou por criar um grupo específico de inovação. Ou por desdobrar a inovação para todos. Ou por adotar a ruptura ou a inovação adjacente, o ou Agile/Scrum, ou o TRIZ. Ele também não explicou que jamais alguma empresa inovou mais só por estar copiando os processos e usando as mesmas ferramentas de qualquer outra empresa.


Mesmo “Pauls” que nos tornamos e sem saber nada, vai que ainda sobra algum tentáculo mais autônomo que começa a desconfiar que não pode ser verdade que um mesmo mapa vai levar todos ao sucesso em inovar.


O que o guru não responde quando perguntado é que inovar em uma empresa é caso único, mesmo que seja útil ter um mapa. Uma start-up, uma empresa familiar média ou uma gigante multinacional reagem de forma diferente ao processo de criação de inovação.


E aqui termino minha estória: Sua empresa não vai inovar mais usando só o conhecimento raso de ferramentas, processos e mapas vendidas pelo guru da moda.

PS.: Deixo uma dica de como a fase da empresa é determinante do “como” inovar: o documentário “Print the Legend” de 2014 da Netflix mostra a manufatura aditiva e o percurso da MAKERBOT. Notarão como ela inova em suas diversas fases de start-up até a fusão com outra empresa. E como ela tem que se adaptar para inovar em cada fase.

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